Novembro azul: cuidado com a saúde do homem deve ser integral

A cada 38 minutos, um homem morre devido ao câncer de próstata no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Pensando nisso, a campanha Novembro Azul foi criada em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, com o objetivo de alertar sobre a importância do diagnóstico precoce dessa doença. 

Com o apoio do Ministério da Saúde (MS) e do Inca, diversas ações começaram a ser implementadas para conscientizar a população masculina sobre a necessidade de cuidar do corpo e da mente. O que antes era uma campanha focada no câncer de próstata, hoje aborda todas as principais doenças que acometem os homens, como as cardiovasculares e a diabetes mellitus. 

O coordenador nacional de Saúde do Homem do MS, Francisco Norberto, alerta que é preciso cuidar da saúde em todos os sentidos, incluindo a parte mental. Diversos fatores podem causar um desequilíbrio emocional, como problemas familiares, financeiros e no trabalho. 

Entre os cuidados para o homem está a realização de testes e exames com frequência, como verificação da pressão arterial, hemograma completo, dosagem da glicemia e do colesterol, exames de urina, vacinação e medição do perímetro abdominal e do Índice de Massa Corpórea (IMC).

“O profissional de saúde pode orientar sobre testes rápidos, como sífilis, hepatite e HIV. Orientações sobre hábitos saudáveis, alimentação e atividades físicas. E que também seja analisado se existe algum sofrimento psíquico, até mesmo pela dependência de alguma substância química, para que seja tratado corretamente”, explica Norberto.

Fazer check-up é a melhor maneira de prevenir doenças e evitar que elas sejam tratadas apenas em estágios mais avançados. O tratamento do câncer de próstata, por exemplo, tem maiores chances de sucesso quando o tumor é identificado em fase inicial. No entanto, por causa do preconceito que envolve o exame, muitos homens só são diagnosticados em estágios mais avançados, levando a uma alta taxa de óbitos. 

Sintomas e tratamento do câncer de próstata

Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas. O MS explica que quando eles começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Entre os sinais mais comuns estão dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina e/ou no sêmen.

Portanto, a única maneira de aumentar as suas chances de cura é através do diagnóstico precoce. Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal, o que reforça a importância desse exame.

Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou aqueles com 50 anos sem esses fatores, devem consultar um urologista para discutir a sua realização, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos.

Entre os fatores que podem levar à maior probabilidade de desenvolver o câncer de próstata está o histórico familiar para a doença, a obesidade e a etnia, visto que homens negros sofrem maior incidência desse tipo de câncer, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Caso identificada a neoplasia, a escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um, indica o Inca. Para doenças localizadas, cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante podem ser oferecidos. 

Quando localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Já em caso de doença metastática, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal. O transplante de órgãos não é uma possibilidade de tratamento para o câncer de próstata.

Medidas preventivas podem ajudar

As medidas preventivas contra o câncer de próstata, segundo o Inca, incluem dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais. Consumir menos gordura, principalmente as de origem animal, também ajuda a diminuir o risco de câncer e de outras doenças crônicas não-transmissíveis.

Outros hábitos saudáveis também são recomendados, como fazer no mínimo 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, identificar e tratar adequadamente hipertensão, diabetes e problemas de colesterol, diminuir o consumo de álcool e não fumar