Uma verdadeira nostalgia com Reinaldo Oliani
Reinaldo Oliani foi um dos primeiros profissionais da rádio FM 97. "A primeira em rock'n'roll" e "A primeira rádio do rock" de São Paulo.A FM 97 foi fundada em setembro de 1983 por José Antônio Constantino, na época proprietário da Rádio ABC de Santo André, e foi idealizada pelo seu filho, Zezinho Constantino, então com apenas 23 anos de idade.
Seu estúdio localizava-se em um prédio redondo na esquina das avenidas Gilda e Pereira Barreto, no bairro Vila Gilda, e até hoje, a velha torre de transmissão da emissora está no topo do prédio. A princípio, voltou-se a um perfil alternativo, que girava em torno de vários estilos musicais, principalmente à música nacional, e aos poucos foi direcionando sua programação a outras tendências, com foco no rock. Nos breaks comerciais, suas vinhetas anunciavam o slogan "A primeira em rock'n'roll" e "A primeira rádio do rock", já que era a primeira rádio do Brasil a apostar em uma programação dedicada exclusivamente ao gênero musical.
A rádio teve locutores renomados no seu primeiro time, entre eles Wilson Versolato, atual voz do Warner Channel e Claro TV.
Na segunda geração, seu principal locutor era Edson Sant’Anna Júnior, mais conhecido como "Jota Erre". Ele acabou virando uma espécie de marca registrada do rock'n'roll e um ícone da região, já que tinha muita liberdade na rádio para fazer sua própria programação e tocar o que bem entendesse. Nos estúdios da 97 FM, Jota Erre foi o único locutor do país a tocar no ar uma versão de "Moby Dick" (Led Zeppelin) com direito ao solo completo de bateria de John Bonham.
Outro locutor famoso da emissora foi Ciro Bottini. Ele era vocalista e guitarrista na banda de glam rock Proteus e começou sua carreira na rádio em 1989, aos 24 anos, onde ficou até 1992.
Também passou por lá Paulo Lima (ou Paulinho Lima), fundador da Revista Trip, que apresentava o Surf Report, um programa que acabou se tornando um espaço para discutir assuntos do cotidiano, comportamento e temas polêmicos e foi a inspiração para ele e seu sócio na criação da revista.
A emissora foi a primeir
a a tocar várias músicas de bandas de rock brasileiras, e apoiou várias delas, como Golpe de Estado, Camisa de Vênus, Legião Urbana, Ira!, Plebe Rude, Capital Inicial, Inocentes, Violeta de Outono, Akira S e As Garotas Que Erraram, entre outras. Uma característica da rádio era não tocar o óbvio: enquanto em outras rádios só se ouvia "Eu não matei Joana d’Arc", "Sinca Chamboard" ou "Só o fim", do Camisa de Vênus, na 97 FM tocavam outras faixas como "O adventista", "Pronto pro suicídio" e "Meu primo Zé". A programação era mais independente e pouco orientada pelas gravadoras, tocando desde clássicos do rock até bandas obscuras, que nunca tinham passado pelas ondas radiofônicas brasileiras, principalmente progressivas europeias e americanas do hard rock setentista.Em 1985, dois anos após seu lançamento, passou a enfrentar a concorrência da 89 FM, embora sempre tenha optado por repertórios menos comerciais que sua rival.
Sob a organização do locutor Carlos Prozzo, também promovia grandes festas de aniversário na região, no Clube Atlético Aramaçan, levando muitas bandas para lá, e movimentando públicos de 8 a 10 mil pessoas. Em uma das festas mais marcantes, houve o retorno do cantor Raul Seixas aos palcos, ao lado de Marcelo Nova, após um hiato de 3 anos.
No início da década de 1990, a FM 97 mudou seus estúdios e transmissores de Santo André para a cidade de São Paulo. Inicialmente, funcionou na Avenida Doutor Arnaldo, no bairro do Sumaré, em um dos andares do Edifício Agripina, e nos anos 2000, mudou seus estúdios para o Edifício Mário Cochrane, na Avenida Paulista, deixando apenas os transmissores no antigo prédio.
Nessa época, com o declínio comercial do rock nacional nas rádios brasileiras, a FM 97 começou a reposicionar sua programação, tocando outros gêneros.