Lugar de mulher é na política.

Não há como abordar a política sem mencionar as mulheres, que constituem 52,65% do eleitorado brasileiro. Elas não apenas desempenham atividades fora de casa, mas também são responsáveis pelo lar e pela família, tornando-se mais sensíveis às questões relacionadas à falta de serviços públicos, como creches, escolas e abrigos para idosos, bem como às dificuldades no sistema de saúde e ao aumento dos preços dos alimentos.

No entanto, persiste o estereótipo de que a política é um território reservado para homens engravatados, sustentado pela hegemonia masculina na esfera pública, derivada do patriarcado. Esse sistema, baseado na autoridade e liderança masculina, está intrinsecamente ligado a questões de classe, raça e sexualidade, delineando as desigualdades de gênero e outras formas de hierarquia social.

As demandas feministas frequentemente exigem mudanças em leis e políticas governamentais, refletindo a relação intrínseca entre feminismo e política institucional. A simples existência na sociedade já é um ato político, e quando as mulheres se unem para estudar, protestar ou propor soluções, estão exercendo política.

Desde as lutas pelo direito de voto
 feminino e acesso à educação até a exigência de direitos iguais no casamento e o direito ao divórcio, as demandas das mulheres pela integridade física e controle de sua própria reprodução têm desafiado conceitos 
fundamentais na política, como indivíduo, espaço público, autonomia, 
igualdade, justiça e democracia.

Apesar do papel fundamental das mulheres na política, elas continuam sub-representadas nos cargos 
políticos formais e marginalizadas na política cotidiana. No Brasil, ocupamos a 117ª posição em termos de participação das mulheres no Parlamento, ficando atrás de países como Peru, Colômbia, Bolívia, Argentina e Paraguai, apesar de representarmos mais de 50% do eleitorado brasileiro.

O mesmo cenário se repete em nosso município. Apesar de sermos a maioria do eleitorado, nunca tivemos uma mulher prefeita ou vice-prefeita, e nossa representatividade no legislativo é de apenas 1%. É imperativo mudar essa realidade. Poté precisa de mulheres ocupando cargos 
eletivos. Venha concorrer a uma vaga na Câmara Municipal e faça a 
diferença.

Fátima Pêgo