Para DESCOBRIR: # GASTRONOMIA MARANHENSE: Influência negra. Por Jeiane Costa*
O Blog Meio às Palavras concedeu esse artigo para o Portal Olhar Dinâmico, confira:
Olá pessoas queridas!
O Estado do Maranhão possui uma das culinárias mais ricas em sabores, aromas, cores e em sua história. Esse resultado é reflexo da gastronomia brasileira que, entre outros fatores, é a consequência da fusão aculturada de hábitos alimentares de diferentes grupos como o índio, o negro, o português, o francês, os árabes e os nordestinos.
Diante dessa originalidade, convidamos você conhecer um pouco mais sobre a gastronomia maranhense com a influência negra.
Sobre uma das razões pelo qual motivou a vinda dos negros para o Maranhão, Burity (2014) afirma que:
Sob esse aspecto, Lima (2006, p. 124) afirma que é preciso que se diga que não foram só os brancos portugueses e brasileiros que escravizaram os africanos. Os próprios reis e sobas, chefes de tribos praticaram razias por todo o interior da África para capturar seus irmãos, oferece-los e vende-los a quem quisesse comprar.
Os negros chegam ao Maranhão na metade do século XVIII com a criação da Companhia do Comércio, no apogeu da atividade agrícola para trabalharem nas lavouras de algodão, arroz e, posteriormente a cana-de-açúcar.
Dentre os povos afros que chegaram ao território maranhense, muitos já teriam uma função predeterminada seguindo suas habilidades e força física. De acordo com Barreto (1977) eram basicamente povos: sudaneses, (nagôs- iorubas), jejes (daomeanos) e fanti-achanti;Islamizados: hauçás, tapas, mandingas, fulatas e Bantos: angolas, congos, moçambiques, cabindas.
A cozinha negra apesar de pequena, era forte. Fez valer os seus temperos, os verdes, a sua maneira de cozinhar. Modificou os pratos portugueses, substituindo ingredientes; fez a mesma coisa com os pratos da terra; e finalmente criou a cozinha brasileira, descobrindo o chuchu com camarão, ensinando a fazer pratos com camarão seco e a usar as panelas de barro e a colher de pau.
Para os Maranhenses, foi inserido no cotidiano as comidas de santo, oferecidas aos orixás, aos eguns e ao público em geral. Eram comidas como o caruru, o abobó, o acaçá, a pipoca, o mingau de fubá, o cuxá. Ao contrário do que acontece em outros terreiros, onde os alimentos ritualísticos são “comidos” pelo santo, ou seja, colocados no comé até se estragarem, na Casa das Minas esses pratos são servidos tão somente aos membros do grupo – os santos -, que os recebem e os purificam para o uso de todos.
Os negros deixaram como legado para a gastronomia maranhense o uso da pimenta, da folha de bananeira em volta dos pratos como a moqueca (peixe envolto em folhas de bananeira e assado ao calor das ), que também é prato de origem indígena, mas também usado em Angola. A papa de arroz ou de milho, o acaçá, o caruru – uma mistura de quiabo, camarão e castanha de caju.
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