O Nome e o Pertencimento: A Jornada de Beatriz Regina

Uma luta para normalização de famílias pluriparentais no Brasil
12/08/2024 11:08
noticia O Nome e o Pertencimento: A Jornada de Beatriz Regina
noticia O Nome e o Pertencimento: A Jornada de Beatriz Regina

 

A história de Beatriz Regina Rodrigues Marques Braghittoni é um exemplo comovente de como o pertencimento e o afeto familiar podem ser refletidos no nome de uma pessoa. Aos 15 anos, Beatriz conseguiu adicionar o sobrenome de seu padrasto, Marcos Braghittoni, ao seu nome após um processo judicial, simbolizando a forte ligação afetiva que se formou entre eles ao longo dos anos.

Desde os três anos, Beatriz convivia tanto com seu pai biológico, quanto com seu padrasto. Marcos entrou na vida de Beatriz de forma gradual e natural, conquistando seu carinho e confiança. A relação entre eles se fortaleceu ao ponto de, em uma viagem ao Beto Carrero World em 2014, Beatriz pedir para chamar Marcos de pai, pedido que ele aceitou emocionado.

Marcos não apenas assumiu o papel de pai afetivo, mas também participou ativamente da vida de Beatriz. Ele esteve presente em reuniões escolares, ajudou nos estudos de matemática, a levou ao ballet e acompanhou nas atividades teatrais. Além disso, Marcos conseguiu incluir Beatriz em seu plano de saúde, um feito inédito que pois na época ainda não tinha oficialmente o sobrenome do padrasto.

O processo de oficialmente dar a Beatriz o sobrenome Braghittoni surge da necessidade de fazê-la pertencer a família de forma judicial além de sentimental. Com o apoio de ambos os pais, biológico e afetivo, e a ajuda de advogados como Dr. Diego Batella Medina, Beatriz finalmente conseguiu realizar seu desejo. Segundo o advogado Diego Medina, do escritório Matos & Medina Advogados “é atualmente, graças a alterações legislativas e um Poder Judiciário mais atento às evoluções familiares e sociais, o acesso à Justiça assegura o reconhecimento do direito personalíssimo ao nome e sobrenome que reflita sua imagem, trajetória e história, além de atender ao princípio da dignidade humana previsto na Constituição”.

Este caso ilustra uma importante transformação na instituição familiar e na sociedade contemporânea, onde os vínculos afetivos são reconhecidos juridicamente. A legislação brasileira tem avançado para dar segurança jurídica às famílias pluriparentais, valorizando o afeto como elemento essencial na formação dos laços familiares. A história de Beatriz é um exemplo claro de como o nome pode ser um reflexo do amor e do cuidado dentro de uma família, promovendo o desenvolvimento emocional e a dignidade humana.

A família, como primeiro contato social da criança, é fundamental para o desenvolvimento físico e psíquico. O ambiente familiar, carregado de significados e valores, gera um sentimento de pertencimento que se molda ao longo da vida. A história de Beatriz reforça a importância do suporte familiar, onde o afeto, a proteção e a autonomia são elementos chave para o crescimento individual e para a criação de laços duradouros e significativos.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS UOL