Movimentos Sociais Reforçam a Importância da Participação de Mulheres nas Eleições de 2024

Com o fortalecimento dos movimentos contra o assédio e a violência de gênero, surge uma nova ênfase no cenário político: o apoio a candidaturas femininas dedicadas à proteção e aos direitos das mulheres. O movimento "Não é Não!", reconhecido por seu trabalho no combate ao assédio, ressalta a importância de eleger candidatas comprometidas com essas causas nas eleições de 2024.

O movimento enfatiza que a participação das mulheres na política deve ir além das cotas partidárias, para que a representatividade se aproxime cada vez mais de uma igualdade entre os gêneros. Dados recentes mostram que mulheres representam 34% das candidaturas registradas para as Eleições Municipais de 2024, com um total de 153.866 candidatas enviando suas informações ao TSE, um número 17% menor que em 2020. Este cenário ressalta a necessidade de apoiar candidaturas que possam influenciar a formulação e a implementação de políticas concretas de combate ao assédio e à violência de gênero. “É fundamental que mais mulheres ocupem os espaços políticos de poder e decisão, negado por tantos anos a nós. Precisamos de candidatas comprometidas com as causas feministas na administração pública, propondo políticas de igualdade de gênero, garantia de direitos reprodutivos e segurança, que de fato impactem a vida de mulheres trabalhadoras, mães e vítimas de violência doméstica.” declara Julia Parucker, fundadora e diretora do "Não é Não!"

“Ao ampliar a participação da mulher na política e a visibilidade de pautas que são naturais à condição de ser mulher, conseguimos ver um processo de avanço sobre esses temas. Um homem, dificilmente vai compreender com a mesma proporção o que é sofrer assédio, porque geralmente a vítima de assédio é a mulher. Então, ela terá melhores condições de pautar o tema e garantir que seja priorizado. E é por isso que a representação feminina precisa ser ampliada, é uma questão importantíssima para que esses direitos sejam garantidos” explica Priscila Lapa Cientista Política.

Um exemplo da importância dessa representatividade é o legado que Marielle Franco deixou, ao inspirar diversas mulheres negras em todo o país a se candidatarem e buscarem espaços de poder, para amplificar a voz de uma parcela da população que estava inviabilizada. Enquanto isso, ações como a Lei 14.786, mais conhecida como Lei "Não é Não", proposta pela deputada federal Maria do Rosário, complementam esse esforço ao estabelecer normas rígidas contra o assédio e a violência de gênero, reforçando a necessidade de políticas que garantam a segurança e os direitos das mulheres.

A adesão a essas causas simboliza um compromisso com um futuro mais igualitário, onde mulheres desempenham um papel essencial na construção de cidades mais seguras e justas. Esse engajamento é um passo crucial para garantir que as políticas públicas atendam às necessidades de mulheres e meninas em todo o país.