O JOGO DAS CADEIRAS E A ALMA DO POVO
Por Eriberto HenriqueA política em Pernambuco, meu caro leitor, é um bailado frenético onde a dança das cadeiras se confunde com a dança da vida. Um balé em que os protagonistas, muitas vezes, parecem mais preocupados com a coreografia do poder do que com a melodia do bem comum.
Nas minhas andanças por esta terra de tantas belezas e contrastes, tenho testemunhado a política pernambucana como um jogo de xadrez onde as peças são movidas por interesses particulares, e o tabuleiro, por vezes, se transforma em um campo de batalha. As alianças se desfazem e se refazem a cada eleição, e os discursos inflamados ecoam pelas ruas, prometendo um futuro melhor que, na maioria das vezes, se revela um miragem.
A política pernambucana é um reflexo da nossa sociedade, com suas virtudes e seus vícios. Por um lado, temos uma população vibrante, participativa e apaixonada por suas raízes. Por outro, somos marcados por desigualdades sociais profundas, pela violência e pela corrupção.
É como se a alma do povo pernambucano estivesse dividida entre o desejo de um futuro mais justo e a aceitação de um presente marcado por injustiças. A política, nesse contexto, se torna um palco onde se expressam as nossas contradições mais profundas.
Lembro-me de um velho mestre que me dizia: "A política é a arte de governar os homens, não as coisas". Mas, em Pernambuco, muitas vezes, a política parece mais uma arte de governar as coisas, esquecendo-se das pessoas. As grandes obras, os projetos faraônicos, são anunciados com grande pompa, mas a vida da maioria continua a mesma.
É preciso que a política pernambucana se reconecte com as necessidades reais da população. É preciso que os nossos representantes deixem de lado os seus interesses particulares e se dediquem a construir um futuro mais justo e igualitário para todos.
A política é um instrumento poderoso para transformar a sociedade. Mas, para que isso aconteça, é preciso que a gente, povo pernambucano, exerça o nosso papel de cidadãos conscientes e participativos. É preciso que a gente exija dos nossos representantes uma política mais humana, mais transparente e mais comprometida com o bem comum.
Que a política pernambucana seja, cada vez mais, um espaço de diálogo, de respeito às diferenças e de busca por soluções para os problemas que afligem a nossa gente. Que a dança das cadeiras se transforme em uma dança da esperança, em que todos possam ter a oportunidade de construir um futuro melhor.
Eriberto Henrique da Silva