Afro Karma: O Jovem Rapper que Transforma o G Funk em Instrumento de Reflexão e Resistência nas Periferias
Rio das Ostras, RJ – Em meio ao vibrante cenário do rap nacional, um jovem de 19 anos vem se destacando ao trazer uma abordagem única e consciente para o hip hop. Afro Karma, em parceria com seu produtor Estelle Beats, está revitalizando o G Funk – estilo de Boombap que marcou a cena americana com nomes como Dr. Dre, Tupac e Snoop Dogg – enquanto oferece uma perspectiva profunda sobre as realidades das periferias brasileiras. Seu objetivo? Mais do que fazer música, Afro Karma quer conscientizar, inspirar e dar voz a quem muitas vezes é silenciado, especialmente jovens negros em busca de autoafirmação e autoestima. Recentemente, Afro Karma marcou presença no evento cultural Casa 7 Underground, realizado no bairro Âncora, em Rio das Ostras, onde se apresentou ao lado de outros artistas locais, incluindo Vini Twice e Ancorano. O evento reuniu diversas bandas e artistas independentes, fortalecendo a cena cultural da região e proporcionando um espaço de expressão autêntica para talentos emergentes. A participação de Afro Karma em um evento como esse reforça seu compromisso em manter a música acessível e conectada às raízes da periferia.
Afro Karma estreou este ano com o EP “Nos Auto-falantesum Boombap,” composto por seis faixas que refletem uma jornada pelas vertentes do hip hop, oferecendo tanto nostalgia quanto novidade. Cada faixa é uma reflexão sobre questões sociais, identitárias e culturais, projetando uma conscientização poderosa. Em uma era em que o rap e o trap dominam as plataformas digitais, o jovem rapper decidiu resgatar o Boombap e o G Funk como uma homenagem às raízes do hip hop, usando a música para levar uma mensagem de resistência. O EP abre com “Marginal City,” uma faixa que transporta o ouvinte para as ruas, abordando a vida sob a perspectiva de um jovem negro periférico. A música traz à tona os desafios de crescer em meio às pressões sociais e ao preconceito, convidando o público a enxergar as complexidades da realidade urbana. Afro Karma acredita que a conscientização é uma ferramenta essencial e, por isso, usa suas rimas para expor as dificuldades e os anseios de jovens que, como ele, buscam seu espaço.
A segunda faixa, “Minha Paz,” é uma mistura de Boombap e trap, conhecida como Boomtrap. Com batidas envolventes e letras introspectivas, Afro Karma fala sobre a busca por paz em meio ao caos urbano, um tema que ressoa profundamente com quem enfrenta a vida nas periferias. Em seguida, “Genuíno” entra em cena, apresentando o G Funk em sua essência: sintetizadores marcantes e o swing característico do West Coast. Nesta faixa, Afro Karma reforça a importância de ser fiel às suas origens e à sua verdade, algo que ele considera essencial para quem faz rap de coração.
“Já Tá Virando Esporte” é outra faixa de destaque no EP, trazendo um beat nostálgico de Gangsta Love
e letras que abordam resistência e lealdade. Para Afro Karma, o rap é uma forma de se conectar e fortalecer a identidade periférica, e suas letras carregam uma mensagem de união e resiliência. “Povos Originários” representa um ponto alto do EP, onde o artista oferece uma verdadeira “aula de história” ao falar sobre a realidade dos escravos e indígenas no Brasil. Aqui, Afro Karma não apenas resgata a história, mas também alerta para a importância de reconhecer e honrar as origens e as lutas do povo negro e indígena. Encerrando o EP, a sexta faixa traz letras motivacionais que refletem o desejo de Afro Karma de inspirar os jovens a acreditarem em seu valor e a enfrentarem as adversidades com coragem. Este encerramento suave e inspirador simboliza o compromisso do rapper em usar a música como uma ferramenta de conscientização, incentivando a reflexão e promovendo a autoestima entre seus ouvintes.
Com planos para um álbum completo no próximo ano, Afro Karma está preparando um projeto que dará vida a um personagem, trazendo um estilo único inspirado na estética West Coast e renovando a cena do rap nacional. Esse próximo trabalho promete não só fortalecer sua identidade artística, mas também ampliar a conscientização sobre temas sociais e culturais. Para Afro Karma, o rap vai muito além da música. É um movimento de conscientização, resistência e transformação. Em cada letra, ele reafirma o poder do hip hop como meio de educar, inspirar e promover mudanças nas periferias. Como o próprio artista afirma, sua missão é clara: “Quero que minhas músicas sejam um espelho para os jovens da periferia, que eles vejam nelas suas próprias lutas e, principalmente, que sintam que têm um lugar e uma voz.” Afro Karma é a nova voz do rap consciente brasileiro, e suas músicas são, sem dúvida, um convite para enxergar o mundo pelas lentes da verdade e da resistência.
Conheça melhor o Trabalho do Artista no Instagram :@afro.karma
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Bx Agência de Notícias.
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