Bullying entenda os efeitos sobre quem pratica
Bullying
Bullying é uma ação hostil, um tipo de agressão, física ou verbal, feita sobre alguém considerado mais vulnerável. Essa ação deve perdurar para ser considerada bullying. Assim, o bullying não é um comportamento pontual e passageiro.
A prática do bullying
Pessoas que praticam bullying precisam se mostrar mais fortes e usam a agressão para isso. Essas pessoas não buscam a resolução de conflitos por meio do diálogo e da compreensão do outro. Podem ser crianças ou adolescentes que vivem ou viveram em ambientes hostis, em famílias nas quais a violência física ou verbal era praticada e nas quais a educação das crianças não contemplava a valorização humana. A criança que pratica bullying pode ser insegura e pode não conhecer outros modos de relacionamento e convivência com as diferenças humanas. Muitas vezes, o autor do bullying já foi vítima, situação na qual o agredido torna-se agressor. Devem ser aplicadas ações corretivas quando o bullying é praticado, mas deve-se levar em conta que quem pratica o bullying além de ser corrigido deve ser tratado e compreendido, particularmente quando trata-se de criança ou adolescente.
O alvo do bullying
O alvo do bullying é alguém percebido como mais vulnerável, pode ser uma criança menor que o autor do bullying, uma pessoa com deficiência ou alguém percebido como mais frágil.. Algumas síndromes, como por exemplo, a síndrome de Down, podem se tornar alvo de bullying devido às características facilmente reconhecíveis e às limitações que nem sempre são compreendidas.
Consequências para quem é alvo do bullying
O alvo do bullying é colocado em situação de inferioridade e vulnerabilidade. Quando se trata de uma pessoa em desenvolvimento, como crianças e adolescentes, essa experiência pode alterar sua autopercepção e levá-la a construir um autoconceito negativo. Estudos apontam risco de suicídio em pessoas que sofrem bullying, pois muitas vezes elas não têm condições psicológicas para estruturar defesas, por isso o sentimento é de rejeição e marginalização. Assim, a pessoa sente-se responsável como se ela própria tivesse provocado tal rejeição. Diante dessa constatação aparece também a culpa. O fato de não encontrar reconhecimento externo dificulta o desenvolvimento de competências e habilidades, facilita a vitimização e a fragilização da pessoa em desenvolvimento, tendo como consequência a baixa autoestima, insegurança e subserviência. Problemas de comportamento e de aprendizagem podem acontecer.
Bullying em casa e na escola
Tão importante quanto agir em caso de ocorrência de bullying é agir para preveni-lo. Pais e professores devem adotar ações preventivas que orientem para a socialização, para a percepção das outras pessoas e para a compreensão da diversidade humana. Quando o bullying efetivamente acontece, a vítima deve ser acolhida e apoiada para que as agressões sofridas não sejam interpretadas como verdadeiras e merecidas.
O autor do bullying é uma pessoa pouco preparada para o convívio social. Tratando-se de criança, ela deve ser orientada e auxiliada no sentido de perceber suas atitudes e as consequências delas, a agressão que praticou e as alternativas de relacionamento. Caso haja recorrência, deve-se considerar a possibilidade de tratar-se de personalidade com algum transtorno que deve receber tratamento médico ou psicológico.
Cyberbullying
Bullying é uma agressão feita sobre alguém considerado mais vulnerável por meio da internet, e-mail, blog, whatsapp, meios esses que são utilizados para agredir, humilhar, desqualificar ou desvalorizar alguém O ato agressivo deve perdurar para ser considerada bullying. Não é um comportamento pontual e passageiro, por isso deve receber atenção e cuidado.
Dra. Sonia Casarin
Psicóloga – CRP: 06/18306
Telefone: (11) 97078-9813
E-mail: scasarin@uol.com.br
Sonia Casarin - Uma das maiores autoridades na psicologia no país quando o assunto é Síndrome de Down. Psicóloga, doutora em Psicologia pela PUC-SP; pós-doutora em Psicologia Educacional do Centro Universitário UNIFIEO (2015), coordenadora do Instituto de Estudos Psicológicos, responsável pelo S.O.S.Down. Durante 15 anos foi coordenadora técnica do Projeto Down-Centro de Informação e Pesquisa da Síndrome de Down; foi professora de cursos de Pós-graduação em Educação Inclusiva no Instituto Superior de Educação Vera Cruz; foi responsável pelo blog sobre Inclusão da Editora Ática. Foi responsável pelo Núcleo de Pesquisa do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural; Participou do Programa Scholas Ocorrentes em Buenos Aires; Mediadora do PEI – Programa de Enriquecimento Instrumental e autora do livro “Talento e deficiência – como incluir alunos com diferentes tipos de inteligência”, publicado pela Editora Ática.