A guerra aos Canudos chega a Mairiporã

Sabe aquele canudo plástico que costuma vir junto com uma bebida?

Eles são um grande inimigo da natureza por várias razões. A principal delas é que, mesmo que a vida útil de cada um deles seja de dez minutos — o tempo que se gasta para tomar um refrigerante e levam 500 anos para se decompor.

Por isso, desde que a produção em larga escala teve início, nos anos 60, estima-se que vaguem por aí, como detritos, 8,3 bilhões de toneladas de objetos feitos de plástico. Além disso, a indústria do poliestireno colabora para o agravamento do aquecimento global, pela emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera, polui ecossistemas e ameaça a sobrevivência de animais em risco de extinção, como algumas das espécies de tartarugas marinhas.

Devido ao descarte incorreto muitos desses canudos vão parar em rios, lagos e oceanos se tornando uma ameaça para os vários animais que acabam ingerindo e morrendo por conta desses aparentemente inocentes objetos.

Com isso surgiram varias campanha e projetos na tentativa de reverter essa situação como foi o caso do Reino Unido onde a rainha, Elizabeth II, decidiu proibir produtos de plástico em todo o Reino Unido. No Estado da Califórnia (EUA), por exemplo, há um projeto de lei, com alta probabilidade de aprovação, que propõe punição, com multa de 1000 dólares e até seis meses de prisão, a donos e funcionários de estabelecimentos que oferecerem o canudinho aos clientes sem perguntar se eles querem.

Infelizmente a consciência ecológica está longe de atingir o ideal e para que sejam contidos desastres ambientais a única saída é usar a força da lei, por isso projetos de lei e ações por parte de governo e iniciativas não governamentais são de muita importância para o meio ambiente.

Essas ações e leis têm que ser aplicadas principalmente em cidades turísticas onde o consumo dos canudos plásticos é maior e a circulação de pessoas é também, mostrando assim em prática o que é correto.

Quando alguma cidade toma a iniciativa de criar uma lei para isso logo vêm os questionamentos “se isso realmente é necessário”, “se não existe nada mais importante para ser discutido” e varias outras críticas, porem a questão alem de ser de muita importância para não só um município mas para o planeta todo ainda é mais do que só a questão ecológica, isso também afeta o orçamento de uma cidade em relação ao volume de lixo coletado e descartado em aterros, custo com a limpeza de vias publicas que se não forem executadas de maneira correta pode causar problemas com a drenagem de água ocasionando alagamentos em épocas de chuvas, por isso antes de criticar uma lei aprovada temos que olhar e analisar sobre vários aspectos e pensar no que essa lei causará de impacto daqui 10, 20 ou 30 anos.

Sem medo dessas criticas e com a consciência tranqüila de que estariam fazendo o melhor não só para o município, mas para o planeta 2 vereadores da cidade de Mairiporã tiveram na ultima terça-feira(21/08) seu projeto de lei aprovado por unanimidade em sessão ordinária na câmara municipal;

PROJETO DE LEI NO 140/2018 - CICERO PEREIRA DOS SANTOS. DORIEDSON ANTONIO DA SILVA FREITAS - Obriga os restaurantes, lanchonetes, bares e similares, barracas e vendedores ambulantes do Município de Mairiporã a usar e fornecer a seus clientes apenas canudos de papel biodegradável e/ou reciclável individualmente e hermeticamente embalados com material semelhante.

Eu como ambientalista e colunista deste portal quero parabenizar os nobres vereadores que em meio a um mar de reivindicações de seu eleitorado, ainda encontraram tempo e para elaborar tal lei e defende-la em plenário pensando não só no agora, mas no impacto positivo dessa lei para o futuro.

Parabéns Vereador Cícero Pereira dos Santos (Pastor Cícero) e Vereador Doriedson Antonio de Freitas (Dori).

            Sérgio Foguel