Para LER e SENTIR: # Poesia "A corte das mãos". Por Jeiane Costa

21/05/2019 23:46

Olá pessoas queridas!

Hoje apresentamos a vocês uma poesia inspirada no século XIX: No tempo em que os relacionamentos eram mais reservados. Casamentos aconteciam por intermédio de arranjos e pouca liberdade se tinha para expressar publicamente os desejos do coração.

Durante o compromisso podia algum beijo na boca?

Nem pensar!

Os enamorados se contentavam em trocar olhares durante as missas na igreja e expressar sua paixão através dos "mimos de Portugal" que embora pareça nome de algum doce, eram beliscões aplicados pelos cavalheiros no antebraço da donzela. E - pasmem! - quanto mais roxo ficava a marca do beliscão, significava que mais interessado estava o rapaz pela moça.

Então, nesse contexto foi criado a poesia intitulada como "A corte das mãos", já que nesse período o tocar acontecia apenas durante o ápice do compromisso, isto é, dentro do casamento. Transformando tudo em um mistério a pouco ser revelado no grande dia....

Boa leitura!

A corte das mãos

Primeiro vieram as palavras, depois chegaram os toques

Ele jamais se esquecerá de como ela arrumava delicadamente o seu coque.

Como ele já a amava, a adorava e a desejava!

Enquanto ele lhe falava melosas palavras,

Ela discretamente bocejava.

As suas mãos que cobriam os lábios sempre que ela sorria,

Eram tão delicadas como a rosa e escondia

Com o passar dos dias a sua euforia.

Ele como nobre cavalheiro tinha as mãos de um homem forte e trabalhador,

Como futuro marido, queria desfrutar de sua companhia por onde ela for.