QUANDO PERCEBE
Por Eriberto Henrique
QUANDO PERCEBE
Por Eriberto Henrique
Vivemos atrás das cortinas, tentando ser o que não somos, trabalhando no que não gostamos, sendo de alguma forma obrigados, a fingir que sabemos tudo, fingindo perfeição, diante de fragilidades e falhas, buscando glórias e status, apenas para dizer que somos capazes, daquilo que mal sabemos definir. A vaidade toma conta, asfixia, senta na fila da frente das redes sociais, e se delicia com o banquete de ignorância. Somos um bando de fingidos, com a desculpa que a saúde é a regra, mas, no fundo, é estética, e nada mais.
Somos um bando se sequelados, incapazes de lidar com frustrações, de levantar a cabeça e seguir em frente, e reconhecer nossas falhas, porque nos últimos 100 anos, todas as gerações foram perfeitas, incapazes de cometer um simples erro. Se algo dá errado, nunca é culpa ninguém, sempre existe uma justificativa, para esconder os nossos medos, nossas covardias, para esconder nossa soberba, por trás de frases de efeito, tiradas dos inúmeros sites, que ganham dinheiro com apenas um clique, de milhares que estão perdidos em um deserto, e são incapazes de escutar a própria alma.
Pessoas se formam sem saber formar uma opinião, pessoas defendem a liberdade com prisões, cutucando e comendo cascas de feridas, que nunca saram, sequelas de uma humanidade doente, que cumprimenta o próximo por obrigação, mas não por educação.
Nos perdemos no passado, e lá ficamos. Desconhecemos o presente, e debatemos o futuro falando de nossos antepassados, como seres primitivos em cavernas virtuais. O maior predador do homem é ele mesmo! O homem que negligencia sua existência, as suas necessidades, que ameaça sua sobrevivência, se dividindo em grupos, e sendo o único animal a matar outro ser de sua espécie, por desejo e satisfação.
Os séculos passam, outros seres evoluem, se adaptam, tornam-se mais fortes e mais resistentes com o tempo. Já o homem, esse continua fingindo que ama, fingindo que é forte, que é o ser mais inteligente da terra ou do universo, tão vaidoso, que quando percebe, tem vergonha de assumir, que é um nada.