Em Santos: Ex-funcionários da Cursan estão sem emprego, indenização e o que comer
Por Glauco Braga
As imagens são fortes e impactantes e dificilmente não emocionam quem as assistem pela TV. A situação caótica do Rio de Janeiro e seus funcionários públicos sem salário, passando fome, entre outras privações. Todos dias novos capítulos e personagens explodem na telinha. Mas, caro leitor, você não precisa ir muito longe para encarar ao vivo essa realidade. Saía de Santos e vá até Cubatão, gaste uns 30 minutos de carro e veja o caos que virou aquela Cidade.
A Prefeitura da Cidade, leia-se o prefeito Ademário Oliveira (PSDB), acabou com Cursan e colocou mais de 500 trabalhadores na rua. Em nome do esforço para equilibrar as contas públicas demitiu sem critério, foram mulheres grávidas e dirigentes sindicais, e o pior, ninguém recebeu nada. Desempregados e sem um tostão para o sustento de suas famílias. Será que não existe em Cubatão, uma autoridade sequer, que possa tomar uma atitude para diminuir esse sofrimento.
As duas empresas que Ademário contratou para fazer os serviços da Cursan, só readmitiram 100 trabalhadores. Os outros 400 e poucos batem cabeça pela Cidade e não encontram recolocação. Existem mulheres, que tiveram bebê recentemente, que não estão recebendo nem a licença maternidade. A Cursan ficou 42 meses sem depositar o FGTS dos trabalhadores, ou seja, quem tinha três a quatro de empresa e conseguiu fazer sua homologação, quando vai ao banco não encontra nenhum centavo.
A Prefeitura se cala e deixa escapar que só vai pagar todo mundo quando a Cursan for liquidada. Enquanto isso, as pessoas passam fome, são humilhadas e algumas despejadas de suas casas.
O Sindilimpeza está dando o apoio jurídico à categoria e para tentar diminuir um pouco o sofrimento e vem arrecadando alimentos, leite em pó, fraldas e distribuindo. Já atendeu 100 famílias, mas a demanda cresce a cada dia e não existe estoque. Se você se sensibilizou com a situação dessas famílias e quiser colaborar o endereço é Rua Doutor Fernando Costa, 389, na Vila Paulista. O telefone é (13) 3361-3390.