SE CHAMA VOCÊ!

Em meio à crise viral, surgem outras crises já conhecidas do povo brasileiro, às crises sociais e políticas, e assistindo a tudo isso, sempre penso na dificuldade do nosso povo refletir, e aprender com os erros.  Atualmente, impressa e governo estão no palanque, disputando uma ridícula quebra de braço. E nós, o que ganhamos com tudo isso? Nada! Simplesmente nada, porque não temos nada a ganhar, porque poder, dinheiro, status, fama, e orgulho não significam nada! E o número de mortos, exemplificam isso.

O vírus não está matando apenas mulheres, homens, gays, negros ou qualquer outra bandeira, ele está matando a raça humana. Diante disso tudo, tento entender todos os lados, como sempre faço. Vivemos em um país de oportunistas, onde ética muitas vezes é motivo de polêmica, quando não devia ser, onde honestidade e falar a verdade é muitas vezes ofensivo, menos o respeito ao próximo, e ao direito de quem está do lado. É desejado a morte àquela que não compartilha o mesmo gosto ou opinião, como se a vida de outra de pessoa, não tivesse valor algum.

Em meu senso humano, tenho consciência que ambos os lados devem ser respeitados, porque um país, onde tanto o pobre como o rico na maioria, pensam de forma individual, ter opinião contrária é normal, vivemos isso dentro de nossas casas, em nossos casamentos, em nossas famílias complicadas, desconstituídas por ignorância. Muitos gostam de escolher um lado, e defender tal lado na TV, no rádio, nas redes sociais, e nas ruas, comprando brigas em defesa de utopias individuais, que jamais levaram o coletivo a algum lugar.

Todos os governantes estão errados no momento, a imprensa está errada e o povo está errado! E isso é o que deve ser exposto, o vírus já estava no mundo antes do carnaval, e na época quando se ligava a TV o que se via? Toda a impressa cagando para as pessoas mortas na china e na Itália, pessoas vendendo fantasias, chamando turistas do mundo todo, para viver nossa semana de orgia. Agora bancamos as vítimas, mas se lá atrás o carnaval fosse cancelado, o povo mesmo não ia aceitar, alegar que afetaria a economia, que o vírus era só uma gripe, e que o carnaval é uma tradição popular. Mas agora, surgimos com o papo de olhar para eles e não cometer o mesmo erro. Estamos sempre errando, tudo no nosso pais é um grande erro, temos costumes ultrapassados, crenças e tradições ultrapassadas, idolatramos políticos como ninguém no mundo, falamos de Lula e Bolsonaro como se os governadores, prefeitos, e deputados fossem maravilhas, e não são, exatamente porque são o fruto dos nossos erros, de nossas vaidades, os nossos representantes, que com suas atitudes expõem exatamente o quanto somos ambiciosos e falhos. O vírus está nos ensinando muitas coisas, como espiritualidade e humanidade, comunhão e humildade, mas que infelizmente não estamos aprendendo. Com casos e mais casos, o vírus está se espalhando, a nossa economia está indo pelo ralo, os nossos resquícios de moral sendo jogados no lixo, todos os nossos erros batendo nossas portas, e o que estamos fazendo? Batendo Panela e assistindo BBB! Entediados porque temos que conviver com nossas famílias dentro de casa, porque temos mais tempo para ler, estudar, assistir TV e olhar mais para as pessoas que dizemos amar.

É brasileiros, estão olhando para dentro de nós mesmos, e nos horrorizando com a visão, percebendo que nos tornamos escravos de ignorâncias, ideologias, heróis e heroínas, que nunca nos salvaram de nada. É brasileiros, estamos nos tocando que nós seres humanos criamos nossos próprios demônios, que nos distanciamos de nossa humanidade, e justamente quando mais precisamos, percebemos o quanto nos distanciamos dela. E para não assumir as nossas responsabilidades, apontamos para quem está do lado e justificamos como se nossos atos fossem fenômenos da natureza, mas no fim de tudo, o caminhão que te atropela, se chama você.

Eriberto Henrique

Admistrador da Prestadora de Serviços Editorias, EHS Edições.