A fala feminina em público
Por que as mulheres são recatadas na hora de se posicionar publicamente?É muito comum observarmos mulheres competentes, empoderadas, inteligentes e, até mesmo, mulheres que já ocupam cargos de poder e que já exercem uma grande influência na sociedade, fugirem da responsabilidade de falar em público ou alegarem despreparo, nervosismo e ansiedade no ato da fala.
“Existem três elementos cruciais para entender esse fenômeno na vida das mulheres, por onde também poderemos construir as alternativas de superação e de libertação delas”, conta Sirley Maciel, analista comportamental e escritora.
O primeiro está associado à condição da fala feminina, considerada social, cultural e historicamente, como uma fala de segunda ordem. Nos dias de hoje, mesmo ocupando cargos de chefias, de liderança e de destaque na sociedade, as mulheres não consideram esses espaços como seus. Elas alegam se sentirem radiografadas, julgadas, observadas e analisadas.
“Esses sentimentos desconfortáveis, geram vários mecanismos de desculpas e de resistência das mulheres para não enfrentar os espaços de fala pública”, relata a especialista. Uma alegação muito comum é de que as mulheres constrangem mais que os homens e que os mecanismos de constrangimentos vindo dos homens são diferentes daqueles vindo de mulheres, sendo esses mais cruéis, dado ao sistema patriarcalista da nossa sociedade.
A segunda constatação é de que a fala masculina vem sendo historicamente classificada como a fala normativa, padrão, correta e de poder.
Nesse sentido, os desafios a serem ultrapassados pelas mulheres só se ampliam. “Elas, nos espaços públicos, estão sempre em lugares que não são considerados delas, sendo observadas, como uma voz errada, feia, fina e que não passa segurança, verdade e confiança. Isso porque a voz masculina é considerada, inclusive pelas próprias mulheres, como detentoras de uma voz forte, bonita, imponente e que passa a verdade, segurança e confiança, o que precisa ser desconstruído”, explica Sirley.
E a terceira constatação, está nos corpos, gestos e posturas de homens e mulheres. Ao se sentirem inseguros, os homens tendem a enfrentar os desafios com uma postura ges
tual e corporal que representa segurança, confiança e determinação. Isso porque, a oratória é algo que estaria inerente à condição de gênero para os homens.Assim sendo, eles jamais admitem ou expressam as reais condições e os reais sentimentos nesses momentos de exposição pública. As mulheres tendem a ser mais sinceras e contam ou expressam toda a sua realidade, vivacidade e a sinceridade das inquietudes que sentem nesses momentos de atuação pública.
O que fazer para tornar esses mom
entos ainda mais gratificantes, prazerosos e produtivos para as mulheres? A especialista explica:1) Trabalhar e desenvolver a autoestima nas mulheres;
2) Realizar treinamentos de comunicação e oratória exclusivos para mulheres e, de preferência, por pessoas que tenham pesquisas e compreendam as diferenças e necessidades específicas das mulheres;
3) Desenvolver novas pesquisas para ajustar as necessidades técnicas da oratória às necessidades das mulheres. Reconhecendo em sua comunicação e oratória as qualidades, diferenciais e eficiências que tornam a comunicação feminina uma necessidade para a oratória moderna. Minimizando assim, os efeitos destrutivos das relações machistas, preconceituosas que penduram e das quais as mulheres ainda estão sujeitas.
Uma empresa que investe em melhorias para seus profissionais, é uma empresa com qualidade e de respeito. Se adequar à modernidade não é só uma possibilidade, mas uma necessidade. A inclusão de todos em todos os setores não é um capricho, é um dever.
INTREPEDS - Instituto de Treinamento, Pesquisa e Desenvolvimento do Ser
Sirley Machado Maciel
Analista comportamental, terapeuta e escritora
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