Após momento adverso, Orion Vinhos apresenta novos planos de negócios para o mercado da bebida

"O ponto crucial da nova Orion é a comunicação", diz o consultor de comunicação e marketing de empresa, Alexandre Santucci.
20/07/2021 22:38
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Fonte: Portal Pepper; Foto: Duda Morais

Segundo um estudo realizado pela Ideal Consulting, o consumo de vinho por brasileiros no período teve um aumento de mais de 30% no último ano, ou seja, 2,78 litros per capita. Os números serviram como uma injeção de entusiasmo no setor, onde várias importadoras estão apostando na reformulação para cativar ainda mais o público consumidor da bebida. É o caso da Orion Vinhos, que em 2019 passou pela operação anti-fraude intitulada Vino Veritas e que resultou em momento delicado para a empresa, que após uma batalha judicial e uma prestação de contas retorna mais fortes ao mercado.

“A Orion é uma empresa com mais de dez anos. A Orion Vinhos faz parte desse grupo de empresas. No final do ano passado houve uma mudança. Eu diria que foi uma mudança estrutural com a saída de um diretor da empresa. Nós começamos a repensar o que seria a Orion. A atual diretoria não queria só crescer, mas crescer vislumbrando o futuro do vinho no país. A empresa tem uma pretensão que é de ser a melhor importadora do Brasil, mas é uma pretensão plausível porque a gente já tinha esse modelo de negócio. O que nós introduzimos nessa nova identidade é uma forma de se comunicar. O ponto crucial da nova Orion é a comunicação”, explica o consultor de comunicação e marketing da empresa, Alexandre Santucci.

Há quase trinta anos no mercado de vinhos, Santucci é autor do livro “Descomplicando o Vinho” que teve origem a partir do blog homônimo considerado o mais antigo do Brasil no segmento. Para a nova era da empresa ao qual está à frente, ele comenta: “Essa foi uma ação (2019) que doeu para empresa, mas como dizem que os justos descansam, foi isso que fizemos. Passamos por esse processo e hoje a empresa permanece ativa. Já está tudo esclarecido, mas há o momento correto de falar disso. Nós estamos livres. A Orion continua fazendo o que está em seu DNA que é vender bem, vender barato ou vender o mais barato possível e trazer bons produtos”.

Sediada em São Paulo, a Orion Vinhos possui mais de 250 rótulos da bebida em seu catálogo, agradando a todo e qualquer paladar, não importando se é um enólogo, enófilo ou sommelier. No final de 2020, a empresa desenvolveu a campanha “Honrando a Estrela”, ao qual desenvolveu seu novo logotipo inspirado na constelação de Orion que é formada por inúmeras estrelas brilhantes e que simbolizam o vasto estoque de produtos da importadora, destacando as duas grandes estrelas mais importantes da constelação, uma vermelha (Betelegeuse) e outra azul (Rígel) – “pensamos uma forma de comunicar o novo logo, por isso as cores misturam os tons de vermelho e azul pra justamente honrar a estrela. Essa constelação, mitologicamente, representa o caçador de grandes coisas ou das belas coisas, e é isso que a gente faz. A própria logística da Orion foi uma grande mudança e que criou uma sinergia entre os clientes com uma nova forma de olhar, hoje conseguimos entregar muito rápido e com muita qualidade, principalmente armazenar bem nossos produtos”, explica Santucci.

Com anos de experiência no mercado, a Orion Vinhos oferece um dos maiores catálogos de rótulos de vinhos importados do Brasil. A empresa reafirma seu compromisso com o setor e fornecedores, com marcas importantes e campeãs de vendas. “A Orion não comercializa vinhos brasileiros, ainda, e isso está no nosso planejamento, mas hoje ainda não. Como especialista em vinhos posso dizer que o vinho brasileiro vem crescendo muito e a cada ano temos melhorias nas regiões produtoras. Talvez o brasileiro não saiba, mas hoje produzimos em Goiânia, São Paulo, Minas Gerais, e não só no Rio Grande do Sul. O brasileiro é um consumidor parecido como qualquer outro do mundo é uma grande besteira acreditarmos que o francês é um consumidor exigente, não é. Os franceses conhecem tão pouco como os brasileiros, o que muda nesses países é que eles têm o hábito de consumir, eles bebem, mas não entendem”, diz.

Recentemente a empresa teve o vinho chileno “Toro de Piedra” retirado de seu catálogo. A marca passou a ser representada por outra importadora brasileira, gerando um ruído no código de conduta no mercado. Alexandre Santucci explica sobre a situação: “Se a gente quer ser a melhor importadora do Brasil, temos que entender o mercado em que estamos. Posso falar de experiência, pois são quase 30 anos trabalhando nisso, e, infelizmente, além da vantagem do Brasil, temos essa coisa da Lei de Gérson, uma vantagem sempre momentânea. Ela não é interessante para ninguém. O que a gente pensa como conduta é que estou sentado numa pilha de “Toro de Piedra”, mas quem vê nosso estoque vai ver que tenho muito mais. O importador que vai trazer isso para o Brasil não se deu conta do tamanho do trabalho que ele vai ter. Eu tenho produto aqui para ficar um ano vendendo, mas o outro importador que pegou nosso fornecedor também não se deu conta que temos produtos no porto desse mesmo fornecedor. Ou seja, o produtor não entende que a marca dele fica mal-vista pela sua atitude, o distribuidor que traz não entende que ele vai ter uma competição ruim pra ele, já que posso vender a qualquer momento o produto no custo e ele não vai vender”.

“Quando a gente encontra esse tipo de problema, vemos como é minúsculo e como a mentalidade é ruim. Ao contrário disso, se porventura o produtor conversa com o atual importador para entender por que aquele produto dele não está funcionando, você começa a construir com esse seu parceiro de negócio uma viabilização dos seus produtos no mercado brasileiro. Nisso, o próprio importador vai entender que a questão não é com ele, então você tem uma saída elegante para um negócio. Por outro lado, aquele que está cobiçando esse produto se interessa por ele. O que imaginamos que ele deva fazer é conversar com o atual importador para saber por que o produtor me procurou, o quanto você tem desse produto em estoque etc. Ele também vai entender onde está entrando. Isso é uma questão de comunicação. Por isso o nosso eixo central dessa nova Orion é a comunicação. Não se faz marcas de vinho. As marcas acontecem no Brasil e nós vamos mudar isso!”, finaliza Santucci.

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