O inglês chegou à periferia: Casa do Zezinho agora tem ensino bilíngue

ONG que atende 1,2 mil crianças e adolescentes na periferia de São Paulo passou a oferecer atividades bilíngues para crianças de 6 a 10 anos
25/08/2022 15:28
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Segundo uma pesquisa da British Council, apenas 5% da população brasileira fala inglês, o que faz com que o país seja o 53º colocado em um ranking de fluência no idioma, de acordo com English First.

 

Os impactos negativos disso são sentidos, principalmente, por pessoas de menor renda, a maioria jovens de escolas públicas e regiões periféricas, com menor probabilidade de disputar uma boa vaga de emprego ou se comunicar em viagens para o exterior.

 

Pensando em ajudar os jovens da região periféricas, a Casa do Zezinho, ONG localizada no Capão Redondo, na periferia de São Paulo, que atende cerca de 1,2 mil crianças e jovens no contraturno escolar, começou a oferecer atividades voltadas a jogos digitais, computação e ensino bilíngue – método que favorece o desenvolvimento de um segundo idioma (geralmente o inglês) e que tem ganhado força no Brasil.

 

A ONG adotou o  sistema Twice, específico para a implementação de currículo bilíngue em escolas públicas e privadas. Por meio dele, as crianças aprendem de forma espontânea, e o aprendizado de inglês não se confunde com o da língua materna.

 

As atividades começaram em junho para 230 crianças: 120 da Sala Violetas (de 6 a 7 anos) e o restante da Sala Jeans (8 a 10 anos). Cada turma tem aulas bilíngues dois dias por semana. As lições são dadas pela professora Laura Leite Feitoza, que já tinha experiência com ensino bilíngue, mas que pela primeira vez está desenvolvendo esse projeto em uma ONG.

 

“É um desafio completamente novo. Trabalhar com o Twice permite que a gente possa exercer a criatividade de várias formas, e as instruções são bastante claras. Muitas crianças ainda não estão totalmente alfabetizadas, por isso trabalhamos a partir do Year One A, com crianças entre 4 e 5 anos, que não exige letramento nem alfabetização completa. É um método fluido, lúdico e eficaz”, diz a educadora.

 

Para ela, é essencial que um trabalho desse porte alcance um espaço de transformação social como a Casa do Zezinho. “Ser bilíngue também é se conectar com outras pessoas. Queremos mostrar para essas crianças a conexão que têm com o mundo, que elas que são merecedoras de oportunidades que talvez nem sonhem que existem”, afirma.

 

A diretora-executiva da Casa do Zezinho, Cristhiane Oestreicher ressalta que a proposta da ONG, de lidar com diferentes potencialidades e oferecer a todos igual oportunidade de desenvolvimento, se encaixa perfeitamente com a metodologia de ensino bilíngue. “Em vez de medir fluência, o Twice mede proficiência. Podemos dizer que Fluência tem relação com o nível de inglês que você está estudando, enquanto proficiência tem a ver com dominar a língua que você estudou de forma completa Hoje em dia, o mercado de trabalho valoriza muito o inglês. Mas como proporcionar fluência em um novo idioma a um menino com vários desafios e falta de oportunidades? Não tem como. Daí a importância de métodos como o Twice”, explica.

 

 

A implementação do Twice na Casa do Zezinho é um gesto de apoio, mas também de gratidão de Maria Cláudia Amaro, filha do fundador da companhia aérea TAM - Comandante Rolim Amaro -,  e atual CEO do Twice.

 

Após três décadas, ela saiu do setor aéreo e decidiu investir no ramo educacional em 2017. Duas coisas pesaram na decisão. Primeiro: como mãe de duas meninas em idade escolar, ela se surpreendeu negativamente ao ver que pouca coisa mudara desde o próprio tempo de colégio. A segunda razão foi que, na mesma época, Maria Cláudia conheceu a Casa do Zezinho e se surpreendeu – dessa vez, positivamente – com a forma humanizada como as crianças e adolescentes eram tratados no contraturno escolar.

 

“Ao mesmo tempo em que vi tantas dificuldades, percebi como a entidade desenvolvia uma pedagogia de acolhimento, e que isso exercia um impacto altamente positivo na vida das crianças”, comenta Maria Cláudia Amaro.  

 

A previsão é que o ensino bilíngue na Casa do Zezinho dure pelo menos dois anos. 

 

Parcerias como essas são indispensáveis para o funcionamento da Casa. Hoje, a ONG precisa de pelo menos R$ 10 milhões por ano para rodar a operação. Isso inclui a manutenção dos espaços, a realização de atividades e o pagamento do salário dos 80 funcionários (70% deles ex-Zezinhos). Um terço do valor é custeado por convênios com a prefeitura de São Paulo. O restante vem por doação de pessoas físicas e jurídicas. Para saber como ajudar, basta acessar o link.

 

Sobre a Casa do Zezinho

 

A Casa do Zezinho é uma ONG localizada no Capão Redondo, na periferia de São Paulo, que atende cerca de 1,2 mil crianças e jovens no contraturno escolar. Fundada em 1994 pela pedagoga Dagmar Rivieri, a Tia Dag, a instituição conta com espaços lúdicos que estimulam a aprendizagem por meio da pedagogia do arco-íris, uma metodologia educacional baseada em quatro pilares: ser (espiritualidade), conhecer (ciências), saber (filosofia) e fazer (arte). Nessas quase três décadas, a Casa cresceu em tamanho e prestígio, tornando-se referência no Brasil entre as ONGs dedicadas à educação e transformando a vida de milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

 

Sobre o Twice

 

O Twice é da Rhyzos Educação, marca que mantém o Portal Rhyzos,  atualizado permanentemente com matérias e entrevistas sobre pautas ligadas à vanguarda do aprendizado. Outra ação de conteúdo é a newsletter Conexão Rhyzos. O informativo mensal é assinado por Maria Cláudia Amaro, ex-presidente do Conselho Deliberativo da TAM e fundadora da Rhyzos. A companhia também conta com a Academia Rhyzos, uma plataforma virtual de capacitação que oferece cursos ágeis para professores e gestores. As aulas são elaboradas em parceria com professores e especialistas, apresentando temas que nem sempre são tratados na formação tradicional. Além disso, a empresa engloba o Twice, uma rede de microfranquia de ensino bilíngue, que, por meio de um sistema eficiente, oferece material didático completo, autoral e lúdico, para as escolas que desejam ter uma educação bilíngue. O material foi criado para restabelecer a comunicação entre o inglês e o projeto pedagógico em português, além de ser totalmente alinhado à BNCC. É um sistema de ensino interessante para todos os atores: alunos, pais, comunidade escolar e franqueado investidor. Para mais informações, acesse o site.

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