"Inveja da Inovação", leia o artigo de Eduardo Luiz, CEO da Epar e especialista em soluções de gestão!

Uma vez aprendi com um conselheiro que mais vale o recurso com qualidade do que apenas o dinheiro; entenda sobre o assunto!
18/12/2022 15:42
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O entusiasmo em torno do "modismo", sempre foi intenso e viral. As empresas consideradas "normais" ou que não tem o conceito de startup e/ou de uma empresa inovadora, estão normalmente sob intensa pressão para encontrar novas formas de inovar.

Elas normalmente estão a encontrar "uma próxima grande coisa" e temem que, nada menos, uma completa reviravolta em seus negócios seja necessária para garantir sua relevância e sobrevivência. Isso as leva a ficarem ainda mais desesperadas a recriar, de maneira até ingênua, o que observam de seus concorrentes denominados inovadores ou startups. O erro é pensar que precisam ir à mesma direção do que eles estão fazendo.

Normalmente essas mesmas empresas inovadoras ou startups, ao serem percebidas, fazem com que grandes quantias de recursos sejam dispendidas ou alocadas para seus fins. Muitos desses recursos já foram "comprados", pois já fizeram rodadas de capital, atraindo fundos e/ou de outras empresas que aportaram o seu dinheiro em troca de uma participação no negócio. Isso traz à luz da análise três situações. A primeira é a necessidade de validação da "tese" e consequentemente o escalonamento desses negócios.

Em segundo ponto, em função do movimento anterior, gastam energias em ter que responder aos novos entrantes. Isso faz com que movimentos secundários como aquisições de outras empresas similares ou que se julgam ser complementares. Isso traz uma resposta imediata aos diversos números exigidos em contrapartida nessas negociações. No entanto, também traz um efeito colateral prático: lidar com outras equipes, culturas, processos e principalmente sistemas que ainda não se conversam.

Por último, mas não menos importante, paradoxalmente, está relacionado às pessoas que tinham a visão inicial. Elas ficam envoltas em dispender o seu tempo em responder o número, do que propriamente trazer uma melhoria continuada daquilo que foi o motivo, inclusive, pelo qual conseguiram ser percebidos.

Uma vez aprendi com um conselheiro que mais vale o recurso com qualidade do que apenas o dinheiro. Pois bem, as empresas "normais" continuam a achar que precisam ser as próximas que vão descobrir a "América" e, com isso, passam a deixar de focarem no seu efetivo: o core business.

É claro que existem espaços para todos, até porque o mercado está cada vez mais segmentado e vai ficar ainda mais. Existem latências que começam a ser afloradas e que poucos ainda se deram conta.

O que as empresas e os seus gestores precisam entender é que muitas das vezes o simples e o fácil deixa de ser feito. É ai quando vemos as empresas que estão envoltas a responderem (não sei para quem) que (elas estão seguindo a "cartilha" e, portanto, gastando um volume absurdo de energias).

Dentro desse contexto tempos o tempo, muitos recursos humanos, recursos financeiros, mudança de processos, mudança de estratégias, mudanças de sistemas e vários outros. Ao passo que se pudessem entender melhor quem são, o que é considerado como valor pelos seus clientes, poderiam atuar mais fortemente no seu relacionamento. É preciso desenvolver ainda mais meios e processos, inovando apartir de dentro e com a sua própria estrutura.

Quando pergunto aos gestores de várias empresas do porque estão fazendo isso, ou seja, tentando "copiar" e seguir modelos, eles apenas dizem que não podem "morrer e que se nada fizerem isso pode acontecer. Talvez aí, seja o que mais identifico como os gatilhos para esses movimentos. Em primeiro, um sentimento de inveja que significa desejar ser ou ter feito o que foi feito. E mais. É muito comum ouvir em meu escritório as frases: "essa ideia eu tive", "eu falei que isso iria acontecer" e isso acaba nutrindo esse sentimento. O segundo é um sentimento de medo pelo desconhecido, ou seja, do que virá. Isso faz com que liguemos o nosso modo de "alerta" e fiquemos propensos a acreditar e sermos mais envolvidos quando o assunto é copiar algo que é mostrado como exitoso.

*Artigo escrito por Eduardo Luiz, CEO da Epar e também especialista em soluções de gestão 

Eduardo Luiz é um empresário, com formação em comércio exterior, pós-graduado em Gestão de Serviços e mestrado em Gestão de Projetos. Diretor da EPAR. Foi executivo de empresas nacionais, e assessor da presidência da Federação do Comércio, atuando também junto ao Sesc e ao Senac em MG. Atuou na Ásia, e decidiu através de sua experiência adquirida montar seu próprio negócio e gerir negócios e empresas. Nas operações de gestão surgiram muitos trabalhos voltados com investidores do mercado imobiliário, onde adaptou o seu modelo de gestão para o segmento de imobiliárias.

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