Samba das Guerreiras, primeira parceria só de mulheres em uma escola de samba, estará presente na etapa do próximo dia 27 de agosto
Portela tem como enredo a obra literária de Ana Maria Gonçalves, "Um defeito de Cor", a trajetória de Luísa Mahin e Luiz GamaSamba das Guerreiras é a primeira parceria só de mulheres numa escola de samba, criada em 2018, onde as integrantes compõem, cantam e defendem seu samba concorrente no palco durante a competição que escolhe o samba que vai ser cantado na avenida. Na Portela, são as únicas, o que já é a tentativa de romper com a "tradição" que intérprete de samba tem que ser homem. E move uma cadeia produtiva de profissionais (mulheres) da área. Além disso, é inegável sua importância dentro de uma escola de primeiro grupo, reconhecida por sua trajetória em todo o mundo.
"Buscamos ocupar espaço para a intelectualidade das mulheres, pisar fora da caixinha criada de mulher sexy e senhoras tias cozinheiras, numa interpretação da frase "lugar de mulher é onde ela quiser", afirmam.
Sobre o samba
Este ano, o GRES Portela tem como enredo a obra literária de Ana Maria Gonçalves, "Um defeito de Cor", a trajetória de Luísa Mahin e Luiz Gama, pensada através das cartas que eles trocaram mas nunca receberam. O samba das Guerreiras , dentre os 20 concorrentes na agremiação, é o único que traz a perspectiva feminina, narrado por Luísa Mahin.
A obra foi composta em julho no Cafofo. O reduto de bambas fica na rua Clara Nunes, ao lado da quadra da escola, em Madureira. “Entrar nessa família portelense com a marca indelével de Paulo da Portela – que sempre trabalhou pela inclusão, principalmente das mulheres e pelo respeito aos praticantes do samba – é muito mais que motivo de orgulho. É retribuição ao carinho com o qual fui acolhida”, comentou em seu perfil no Facebook a Rozzi Brasil. A sambista é uma das articuladoras da iniciativa.
Em 06 de agosto, o grupo entrou em quadra para o primeiro "corte de samba" e se classificou para a etapa seguinte, no dia 27 de agosto. Por questões históricas, as mulheres são menos privilegiadas economicamente e a manutenção no concurso depende de apoio financeiro de todos aqueles que acreditam na força dessas formadoras de cultura, história e empoderamento.
Então é muito especial: samba falando mulher, baseado numa obra de uma mulher, composta e defendida por mulheres.
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É praxe a distribuição de camisas para a torcida; uma pequena equipe teatral abrilhanta a apresentação, precisamos pagar as musicistas (cavaco e violão). Antes de cada apresentação ensaiamos em estúdio e precisamos distribuir prospectos com a letra do samba para os jurados e público.
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