INQUILINO DA DOR
Por Eriberto Henrique
Quantas mulheres, homens e crianças não morrem diariamente no anonimato? É preciso uma bandeira, status, poder ou fama para ser lembrado? Para se tornar vítima, de uma humanidade que por algum motivo perdeu o senso humano, que por algum motivo entrou no vale sombrio e nunca mais voltou para casa? Todos os dias buscamos culpados, buscamos códigos de barra, e desculpas para as necroses que são forjadas pela ignorância, e pela nossa falta se espiritualidade, falta de responsabilidade, com as nossas gerações.
Foram muitos que lutaram pela paz, e morreram na cruz, na forca, decapitados, queimados, e envenenados, para deixar legados que nunca foram praticados. Nunca foram postos sobre a mesa e vistos como única opção para o bem vencer o mal. Sempre foi mais fácil ser guerreiro, ser uma droga de combatente, militante, lutando por uma guerra perdida, porque toda guerra seja qual for já está perdida. Não existe lado vencedor ou perdedor nesses casos, pois todos saem perdendo, muito mais do que podem imaginar.
A bala que perfura a carne do ferido é a mesma que perfura a alma de quem fere. E o que é feito depois disso? Vingança! Seja com gritos, com multidões e lágrimas, com dor sobre dor, sofrimento, preconceito e um monte de vaidade que nunca levou ninguém a nada.
Sinceramente, dói demais ver tudo isso dia após dia, como uma epidemia sem cura de uma raça humana que se autodestrói; que se mutila, que se divide, se segrega, da forma mais estúpida possível, achando que igualdade é se separar, é individualizar com adjetivos e predicados, colorando rótulos em corpos podres, que causam fardos em almas em evolução.
Diante disso tudo me resta apenas o silêncio, a dor contida nas minhas palavras, que provavelmente serão mal vistas por vários ângulos, de quem não conseguem olhar para todo o horizonte. O livre arbítrio é nosso, a vergonha é nossa, a razão é nossa e o que fazemos com ela também. Talvez, infelizmente talvez, sejam preciso mais 2 mil anos, 6 mil ou até 8 mil, para compreendermos a coisa mais simples, que nenhuma academia, instituição de ensino ou religião é capaz de fazer a humanidade entender, que somos todos da mesma espécie. Que somos todos, irmãos!
“Perdoem eles Pai, eles não sabem o que fazem”.
Eriberto Henrique
Eriberto Henrique da Silva, natural de Jaboatão-PE. Escritor poeta, capista e ilustrador da Editora Artesanal, Costelas Felinas; também é colunista do Portal Olho Dinâmico. Com mais de 2 mil poemas escritos, romances e crônicas, têm 10 livros publicados em editoras e plataformas de auto-publicação. Participou também de seis antologias. Fez parte do jornal comunitário, Ação Direta, pelo projeto Escola Aberta, onde também atuou como oficineiro, sendo professor de desenho.
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