Soneto do Frio de Marco A. Alvarenga
25/06/2017 18:24
Soneto do Frio
Ó frio insano que arrepia a pele,
Que me deixa mudo e de queixo trêmulo,
Atrofiando-me as mãos qual pedra morta,
Invadindo-me a alma por entre a porta...
Ó frio que mata de calafrios meu corpo,
Que me alcança o âmago através do peito,
Abraçando-me no leito onde me deito,
Fazendo-me cadáver, me deixando morto...
Ó frio que me encobre sem piedade,
Que me dá de presente a sua maldade,
Uma gripe, um resfriado ou pneumonia,
Ó frio que não respeita nem mesmo a idade,
Matando qualquer um de hipotermia,
Só não consegue esfriar a poesia...
Marco A. Alvarenga