Rainha de bateria é obrigada a fazer raio-x em hospital para comprovar que não estava com drogas em aeroporto de SP

Por @escritorthiagowinner
06/01/2024 14:46
noticia Rainha de bateria é obrigada a fazer raio-x em hospital para comprovar que não estava com drogas em aeroporto de SP
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A rainha de bateria da Acadêmicos de Realengo Cíntia Batista denunciou uma abordagem abusiva que sofreu por parte da Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ela embarcaria para Benin, na África, na madrugada desta quinta-feira (4), quando ao apresentar o passaporte foi barrada pelos agentes devido a um suposto problema em seu nome e foi impedida de viajar por suspeita de transportar drogas. A abordagem da PF fez a jovem perder o voo para o país africano e não pode comparecer ao evento, marcado para este sábado, por não ter conseguido ser realocada em outro voo.
Aos agentes, ela explicou que havia adicionado o sobrenome do pai e regularizado o documento, mas a sambista foi impedida de viajar. Ela foi obrigada a tirar a lace do cabelo e direcionada a um hospital para realizar um raio-x, a fim de averiguar se estava com substâncias dentro do corpo.

Ao EXTRA, Cíntia contou que faria uma viagem a trabalho junto a um grupo de cinco pessoas para dar uma palestra em Benim sobre o carnaval. A passagem estava agendada para a madrugada de quinta-feira e somente ela perdeu o voo devido ao ocorrido. Segundo a rainha de bateria, que também trabalha como professora de educação física, ela passou tranquilamente com seus pertences pela esteira do raio-x, mas foi barrada ao mostrar o passaporte. Na hora, relata, os policiais federais alegaram que havia irregularidades com o seu nome, mas não explicaram ao certo quais seriam elas.

— Eu fui até a cabine, apresentei meu passaporte e os policiais federais começaram a balançar a cabeça como se tivesse alguma irregularidade. Eu expliquei que meu nome era Cintia Barboza Batista, mas eu adicionei recentemente o sobrenome "Amaro", do meu pai. Mostrei o passaporte regularizado e o antigo, que ainda está na validade, disse que já havia viajado inúmeras vezes para o exterior, inclusive para a África, mas eles se recusaram a me deixar seguir viagem — afirma Cíntia. Colocada em uma sala da Polícia Federal para descansar em um colchão no chão.

— Eu fiquei horas acordada e até sem fazer xixi. O que me chateia é que eles primeiro alegaram problema com o nome, eu comprovei, e desconfiaram que eu estava com droga, mesmo nada tendo apitado ou aparecido no raio-x — desafaba. — Depois que finalmente viram que eu sou inocente, os policiais me olhavam com olhar de arrependimento, mas também não resolveram o problema da minha viagem — acrescenta.

Por não ter conseguido nova passagem, Cíntia ficou por toda a tarde desta sexta-feira no Aeroporto de Guarulhos. À rainha de bateria, a Ethiopian Airlines, empresa que faria o trajeto até Benim, informou que ela teria que aguardar a disponibilidade de vaga e que o erro deveria ser compensado pela Polícia Federal.

Procurados, a PF e o Aeroporto de Guarulhos ainda não se pronunciaram sobre o caso.

Creditos: O Globo Pamela Dias

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