Kobe lembra os 29 anos do Grande Terremoto Hanshin Awaji
Na manhã do dia 17 de janeiro de 1995, um terremoto de intensidade de 7,3 na Escala Richter atingiu o Japão. O epicentro foi na ilha de Awaji, próximo a três grandes cidades: Kobe, Osaka e Kyoto. A mais atingida foi a cidade de Kobe., importante centro econômico e a quinta maior cidade do Japão, com uma população de um milhão e quinhentos mil habitantes. Em menos de um minuto, foram abaixo casas e prédios, as autoestradas suspensas e estações de trens e metrôs. Canalizações de água e gás e a rede elétrica foram destruídos. Na época a cidade não era tão moderna como hoje; havia muitas casas antigas de madeira e a cidade foi devastada pelos incêndios. Na época eu residia na província de Shiga, distante cerca de 200 quilômetros de Kobe. O prédio onde morava tremeu por quase um minuto (uma eternidade, naquele momento).
Hoje, exatamente às 5h46m da manhã, moradores e famílias das vítimas observaram um minuto de silêncio. Foi neste horário que o chamado Grande Terremoto de Hanshin Awaji atingiu a cidade e áreas vizinhas. Em uma coletiva de imprensa em Tokyo, o secretário-chefe do gabinete do governo disse que o conhecimento e a experiência do abalo "seriam usados para garantir uma resposta completa quando ocorrer um desastre no futuro". Quando o chão treme, acaba tudo, é o caos: não tem organização japonesa que segure, visto as dificuldades de resgaste e envio de água e alimentos para o terremoto ocorrido no dia 1o. deste ano na cidade de Wajima, província de Ishikawa, ou do tsunami que devastou a cidade de Sendai no dia 11de março de 2011.
O forte abalo sísmico danificou cerca de 640.000 casas e 104.000 foram totalmente destruídos pelos incêndios. A extensão dos danos causados pelo terremoto estimulou mudanças e medidas de resistência à terremotos na construção civil. Além dos 6.434 mortos no desastre, o terremoto feriu cerca de 44.000 outras pessoas e forçou 310.000 pessoas a evacuar para os abrigos. Como as escolas e os ginásios não etam suficientes para abrigar a todos, o governo construiu abrigos de emergência em alguns pontos ao redor da cidade de Kobe. Yuu Sakurahara, a sensei voluntária que me ensinava o idioma japonês, disse-me que, mesmo passados quase três décadas, ainda existem pessoas que não conseguiram reconstruir suas vidas e continuam morando nesses abrigos de emergência. Além de voluntária da Associação Internacional da Cidade de Miki, Yuu Sakurahara também está cadastrada como voluntária para os casos de desastres naturais. Ainda hoje, vez ou outra, voluntários ainda visitam esses abrigos de emergência ao redor da cidade de Kobe, segundo a voluntária Yuu.